‘‘Espanta’’ foi o codinome que o humorista David Cunha Alves, 49 anos, pediu a Deus para fazer sucesso. O nome artístico, fora de qualquer convencionalismo, funcionou como
um imã ou mecanismo de marketing que elevou seu talento para o Brasil. É notório o celeiro de humoristas produzidos no Nordeste. Mas em Natal os nomes que conseguiram sucesso
foram poucos. E David Cunha foi o maior deles. Morreu como o maior humorista do Rio Grande do Norte. Tudo começou por volta de 1990. David Cunha, então um caxeiro viajante, se dedicou ao humor. Aliás, ligou uma coisa à outra: colocou a irreverência em sua atividade de representante de vendas. E descobriu sua vocação. O codinome de ‘‘- Espanta’’ também asceu no trabalho. Um amigo, durante sua primeira viagem como profissional olhou espantado
para sua feiura e disse: ‘‘Bicho, você é tão feio que espanta o Pai, o Filho e o Espírito Santo’’. Da tríade cristã, David Cunha escolheu Jesus para representar os três e se auto-denominou ‘‘Espanta Jesus’’. Sua primeira aparição em público foi por acaso. Inveterado contador de piadas, durante uma Convenção de supermercados em Aracaju, um companheiro
o obrigou a subir no palco para contar suas tiradas engraçadas. Cerca de 800 pessoas estavam na platéia. Pisou no palco do Teatro Alberto Maranhão pela primeira vez em 1991,
com o espetáculo Espanta Jesus na intimidade. Três dias depois foi entrevistado por Jô Soares, ainda em programa do SBT. O sobrenome ‘‘Jesus’’, o humorista preferiu tirar em decorrência de puritanismos alheios que ligavam o humor à religião. Em 1991, David Cunha largou de vez a representação comercial e resolveu arriscar-se em show pelo Nordeste
onde lotou muitos teatros por onde se apresentou. Neste mesmo ano estreou seu primeiro programa de televisão com o título de Bastinha Proceis ficando no ar durante um ano
e sete meses, sempre às 21h30 das terças-feiras. Um de seus convidados foi seu ídolo, Chico Anysio, que mais tarde o chamaria para integrar o time de super humoristas do programa Escolinha do Professor Raimundo, na Rede Globo. Os personagens foram aumentando: além de Bastinha e Espanta, o Pudin de Cana e o Tio Chico. Um ano depois, lançou seu trabalho
no Ceará, onde consolidou seu nome nas casas de maior prestígio no estado do humor, celeiro dos maiores comediantes do país. Mudou-se para lá pra tentar mais espaço. Veio em 1997 trazendo consigo a consagração, quase total, sendo eleito pela Globosat, canal Multshow como um dos quatro melhores humoristas do Brasil. David Cunha manteve
sua agenda lotada nos últimos anos com shows em todo o país. Fez temporada também em Portugal, com casa lotada. Ainda assim, suas apresentações na terra potiguar continuaram
constantes. O ‘‘Espanta’’ estava a caminho para um show que iria fazer na capital do Oeste, Mossoró, até que o acidente o vitimou. Seu último show no estado foi no hotel Blue Tree Park, na Via Costeira, na última quinta-feira.
um imã ou mecanismo de marketing que elevou seu talento para o Brasil. É notório o celeiro de humoristas produzidos no Nordeste. Mas em Natal os nomes que conseguiram sucesso
foram poucos. E David Cunha foi o maior deles. Morreu como o maior humorista do Rio Grande do Norte. Tudo começou por volta de 1990. David Cunha, então um caxeiro viajante, se dedicou ao humor. Aliás, ligou uma coisa à outra: colocou a irreverência em sua atividade de representante de vendas. E descobriu sua vocação. O codinome de ‘‘- Espanta’’ também asceu no trabalho. Um amigo, durante sua primeira viagem como profissional olhou espantado
para sua feiura e disse: ‘‘Bicho, você é tão feio que espanta o Pai, o Filho e o Espírito Santo’’. Da tríade cristã, David Cunha escolheu Jesus para representar os três e se auto-denominou ‘‘Espanta Jesus’’. Sua primeira aparição em público foi por acaso. Inveterado contador de piadas, durante uma Convenção de supermercados em Aracaju, um companheiro
o obrigou a subir no palco para contar suas tiradas engraçadas. Cerca de 800 pessoas estavam na platéia. Pisou no palco do Teatro Alberto Maranhão pela primeira vez em 1991,
com o espetáculo Espanta Jesus na intimidade. Três dias depois foi entrevistado por Jô Soares, ainda em programa do SBT. O sobrenome ‘‘Jesus’’, o humorista preferiu tirar em decorrência de puritanismos alheios que ligavam o humor à religião. Em 1991, David Cunha largou de vez a representação comercial e resolveu arriscar-se em show pelo Nordeste
onde lotou muitos teatros por onde se apresentou. Neste mesmo ano estreou seu primeiro programa de televisão com o título de Bastinha Proceis ficando no ar durante um ano
e sete meses, sempre às 21h30 das terças-feiras. Um de seus convidados foi seu ídolo, Chico Anysio, que mais tarde o chamaria para integrar o time de super humoristas do programa Escolinha do Professor Raimundo, na Rede Globo. Os personagens foram aumentando: além de Bastinha e Espanta, o Pudin de Cana e o Tio Chico. Um ano depois, lançou seu trabalho
no Ceará, onde consolidou seu nome nas casas de maior prestígio no estado do humor, celeiro dos maiores comediantes do país. Mudou-se para lá pra tentar mais espaço. Veio em 1997 trazendo consigo a consagração, quase total, sendo eleito pela Globosat, canal Multshow como um dos quatro melhores humoristas do Brasil. David Cunha manteve
sua agenda lotada nos últimos anos com shows em todo o país. Fez temporada também em Portugal, com casa lotada. Ainda assim, suas apresentações na terra potiguar continuaram
constantes. O ‘‘Espanta’’ estava a caminho para um show que iria fazer na capital do Oeste, Mossoró, até que o acidente o vitimou. Seu último show no estado foi no hotel Blue Tree Park, na Via Costeira, na última quinta-feira.
Personagens marcantes da carreira
O humorista David Cunha construiu personagens que se tornaram folclóricos não só aos potiguares. O ‘‘- Espanta’’era personagem conhecido no Ceará. Ganhou projeção nacional
quando participou do time da Escolinha do Professor Raimundo. Mas o reconhecimento veio quando disputou, no início desse ano, a Batalha dos Humoristas, no programa do comediante
Tom Cavalcanti, na Rede Record de Televisão. David Cunha disputou o concurso com umoristas do país inteiro e venceu. Pouco tempo após vencer o concurso, David Cunha viria a Natal para uma apresentação em 13 de maio, no Teatro Alberto Maranhão. O show Espanta
rasgando o verbo lotou o TAM em várias seções. Mas o ‘‘Espanta’’ era apenas um ou o principal personagem de David Cunha. Um outro personagem era mais conhecido nos bares por seu codinome: ‘‘Pudim de Cana’’, um profundo conhecedor de histórias da comunidade
que denominava ‘‘Atletas Halterovidrista’’, ou seja, levantadores de copo de vidro.
Nordestino e potiguar, não poderia deixar de criar um personagem com as características de ‘‘Tio Chico’’, um homem sertanejo que odiava mentiras e amava profundamente a poesia nordestina. Outra personagem de grande sucesso do humorista foi ‘‘Sebastiana
Pereira da Silva’’, ou simplesmente ‘‘Bastinha’’, mulher puramente nordestina de sotaque carregado e de críticas ferrenhas ao idioma inglês, ao qual sempre se referiu como dialeto.
quando participou do time da Escolinha do Professor Raimundo. Mas o reconhecimento veio quando disputou, no início desse ano, a Batalha dos Humoristas, no programa do comediante
Tom Cavalcanti, na Rede Record de Televisão. David Cunha disputou o concurso com umoristas do país inteiro e venceu. Pouco tempo após vencer o concurso, David Cunha viria a Natal para uma apresentação em 13 de maio, no Teatro Alberto Maranhão. O show Espanta
rasgando o verbo lotou o TAM em várias seções. Mas o ‘‘Espanta’’ era apenas um ou o principal personagem de David Cunha. Um outro personagem era mais conhecido nos bares por seu codinome: ‘‘Pudim de Cana’’, um profundo conhecedor de histórias da comunidade
que denominava ‘‘Atletas Halterovidrista’’, ou seja, levantadores de copo de vidro.
Nordestino e potiguar, não poderia deixar de criar um personagem com as características de ‘‘Tio Chico’’, um homem sertanejo que odiava mentiras e amava profundamente a poesia nordestina. Outra personagem de grande sucesso do humorista foi ‘‘Sebastiana
Pereira da Silva’’, ou simplesmente ‘‘Bastinha’’, mulher puramente nordestina de sotaque carregado e de críticas ferrenhas ao idioma inglês, ao qual sempre se referiu como dialeto.
Produtores ressaltam profissionalismo
David Cunha queria se apresentar, recentemente, em nova temporada no Teatro Alberto Maranhão. Com a pauta lotada do TAM, sua vinda a Natal foi adiada. Quem conta é o produtor cultural Alexandre Maia, que recebeu uma ligação do humorista nos últimos dias.
‘‘Sempre que ele vem a Natal é certeza de casa lotada’’, disse o produtor cultural, que lembra de David Cunha como ‘‘ainda mais engraçado fora do palco, perto dos amigos. Uma pessoa brincalhona, contagiante’’. A opinião é corroborada pelo produtor cultural, Wilian Collier, que trabalhou com o humorista durante cinco anos, dois deles no projeto Terapia do
Riso, que contava também com humoristas renomados como os personagens de Zé Lezin, Rosicléia, Adamastor, etc. ‘‘Era o único artista potiguar a lotar o TAM seis vezes seguidas. Era um humorista com excelente conceito entre outros como Juca Chaves. Quem vinha a Natal e conhecia o ‘- Espanta’ se encantava’’, disse. Ambos os produtores ressaltaram a
pessoa e o profissionalismo de David Cunha. O talento e o prestígio entre os natalenses, como frisam, esteve presente nas muitas apresentações no palco do TAM e no carinho do povo após os shows, quando era recebido no camarim. A última apresentação de David Cunha no TAM foi uma temporada entre os dias 10 e 12 de agosto, culminando com duas seções de
casa lotada.
‘‘Sempre que ele vem a Natal é certeza de casa lotada’’, disse o produtor cultural, que lembra de David Cunha como ‘‘ainda mais engraçado fora do palco, perto dos amigos. Uma pessoa brincalhona, contagiante’’. A opinião é corroborada pelo produtor cultural, Wilian Collier, que trabalhou com o humorista durante cinco anos, dois deles no projeto Terapia do
Riso, que contava também com humoristas renomados como os personagens de Zé Lezin, Rosicléia, Adamastor, etc. ‘‘Era o único artista potiguar a lotar o TAM seis vezes seguidas. Era um humorista com excelente conceito entre outros como Juca Chaves. Quem vinha a Natal e conhecia o ‘- Espanta’ se encantava’’, disse. Ambos os produtores ressaltaram a
pessoa e o profissionalismo de David Cunha. O talento e o prestígio entre os natalenses, como frisam, esteve presente nas muitas apresentações no palco do TAM e no carinho do povo após os shows, quando era recebido no camarim. A última apresentação de David Cunha no TAM foi uma temporada entre os dias 10 e 12 de agosto, culminando com duas seções de
casa lotada.
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